
Melo contou que as propostas das universidades surgiram na própria tarde de segunda, logo após ele e a estudante concederem uma coletiva para a imprensa no Centro de São Paulo. Lá, sem saber da decisão da Uniban, o advogado anunciou que entraria na Justiça a fim de garantir os estudos da cliente.
“Vou tentar obter uma liminar que garanta a Geisy concluir o semestre (na Uniban)”, afirmou. Neste momento, diante de uma sala pequena e lotada de jornalistas, a garota se emocionou. “Minha vontade agora é terminar o curso e me formar em turismo. Continuo a acreditar que existe Justiça neste país”, disse ela, que começou o curso em São Bernardo em fevereiro.
A jovem disse que, mesmo se conseguir terminar o semestre na Uniban, quer mudar de universidade no ano que vem. “Por medo e por minha segurança, pretendo escolher outra faculdade.”
Geisy chegou ao escritório de Melo por volta das 15h, vestindo blusa frente única vermelha e calça apertada. Questionada pelos jornalistas, voltou a dizer que não vai mudar a forma de ser e que sempre gostou de usar “calças apertadas”.
Sindicância
A Uniban instaurou uma sindicância para apurar o caso e anunciou, junto com a expulsão de Geisy, a suspensão de um grupo de alunos. O advogado da estudante criticou a forma como a instituição de ensino fez a investigação.
Foto: Carolina Iskandarian/G1 Geisy Arruda chega à coletiva com blusa frente única vermelha e calça. (Foto: Carolina Iskandarian/G1)“Essa sindicância foi unilateral. Não sei o que consta dela (a defesa da jovem diz que não teve acesso às informações), que pessoas foram ouvidas. A Geisy foi julgada sumariamente e não teve direito à ampla defesa”, afirmou Melo. A estudante negou que tenha sido “alertada” pela direção da instituição sobre seu suposto comportamento irregular, como a Uniban informa na nota publicada na imprensa. “Ninguém nunca falou da minha forma de vestir. Se tivessem me barrado alguma vez, eu teria, humildemente, voltado para casa.”
Histórico
O G1 revelou o caso no dia 29 de outubro. Nesta segunda, a Polícia Civil de São Bernardo do Campo abriu inquérito para apurar o caso, que ficará com a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). De acordo com a defesa de Geisy, serão investigados sete crimes: difamação, injúria, ameaça, constrangimento ilegal, cárcere privado (a garota ficou em uma sala até a PM chegar), incitação ao crime e ato obsceno dos alunos.
Polêmica
A expulsão de Geisy causou polêmica dentro e fora da universidade. O Ministério da Educação abriu um processo de supervisão para analisar a conduta da Uniban e verificar se Geisy teve direito a ampla defesa. A universidade terá 10 dias para se pronunciar.
O caso repercutiu até na mídia internacional. Os jornais "The Guardian" e "New York Times" publicaram notas reproduzidas da agência
Nenhum comentário:
Postar um comentário